quarta-feira, 26 de maio de 2010

Curvas multifuncionais




Aproveitamento de água pluvial, ventilação natural, energia solar e utilização de materiais de menor impacto no meio ambiente permeiam o novo projeto da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), em São Paulo. A nova estrutura irá abrigar o showroom da empresa. A busca por um projeto que melhor atendesse aos conceitos de sustentabilidade que a empresa procura refletir, ficou sob o comando dos arquitetos Billy e Daniella Scatena, sócios do escritório Billy Scatena Arquitetura.

O desenvolvimento do novo projeto, cuja construção deve começar ainda em 2008, teve início com visitas às antigas instalações do showroom para descobrir as deficiências do edifício e suprir essas demandas. "A área antiga não condizia com as atividades deles. Era um lugar escuro, de teto baixo. Queríamos criar algo diferenciado", conta Billy.

As soluções ambientais não prejudicaram a estética do edifício, que é composto por duas peças visualmente independentes: uma com cobertura de concreto aparente e outra também de concreto, mas revestida por ripas de madeira certificada. "A maioria dos edifícios no entorno são construções de concreto, então o uso do concreto aparente permitiu criar um vínculo com essas outras edificações", explica Billy. "Já a madeira veio como uma forma de dar um visual mais natural e quente ao projeto, tornando a visitação mais convidativa", completa.

A captação das águas da chuva é feita por pequenas calhas na base das "grandes calhas" em "S", formato que traz também uma identificação com o logotipo da empresa. Feitas de metal - uma forma de garantir a resistência aos ventos na região -, as calhas servem como escorregador para a água utilizada no espelho d'água em que se insere toda a construção. A água será armazenada em uma cisterna subterrânea, sendo reutilizada em bacias sanitárias e em atividades como lavagem de pisos e irrigação de plantas.

Além da coleta de água, as calhas estruturam parte da ventilação do prédio. Sobre a laje, aberturas facilitam a entrada de luz natural e ventilação por meio de venezianas controladas automaticamente. Foram realizados estudos de incidência solar e de ventilação natural no local para posicionar a cobertura em curva de forma a captar o vento sul, que, assim entra circulando em espiral, renovando e refrigerando o ar interno. A ventilação também ocorre por meio dos vãos que ficam entre as duas peças do edifício e acompanham quase toda sua longitude. "O próprio espelho d'água já refrigera o ar quente que entra por esses vãos. Lá dentro, com circulação cruzada, o ar esquenta, sobe e sai pela veneziana. Há uma ventilação constante e, assim, utiliza-se o mínimo possível de ar-condicionado", explica Billy.

Placas fotovoltaicas instaladas na parte superior das calhas devem captar a energia solar. A calha já possui a inclinação para captação solar na região. As placas fotovoltaicas serão instaladas por toda a longitude das calhas, sobre o comprimento da laje, sem que avance na parte que conduz a água.

Para ler a reportagem completa acesse o site... http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/174/sustentabilidade-curvas-multifuncionais-101163-1.asp

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